O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), se tornou oficialmente réu na Justiça Federal por conta do vídeo em que parece recebendo maços de dinheiro e colocando em seu paletó, durante a gestão Silval Barbosa, em 2013.

A decisão é do juiz da 5⁰ Vara Federal, Jeferson Schneider, que acatou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) na sexta-feira (11).

O MPF aponta que o então governador Silval Barbosa acertou o pagamento de propina no valor de R$ 600 mil para cada deputado estadual, “como forma de garantir governabilidade e a aprovação das contas do governo, o qual seria honrado em 12 parcelas iguais e sucessivas de R$ 50 mil”, diz trecho da denúncia.

A denúncia ainda aponta que em dezembro de 2013 Emanuel Pinheiro “dirigiu-se até ao gabinete de Sílvio Cezar Corrêa Araújo, localizado na governadoria do Estado de Mato Grosso, ocasião na qual recebeu, a título de propina, a quantia de R$ 50 mil reais”, afirmam os procuradores da República.

Foi neste contexto que Silvio gravou o vídeo de repercussão nacional no qual Emanuel aparece recebendo o dinheiro. “No decorrer do vídeo, Silvio repassa R$ 20 mil em espécie para o denunciado e se compromete a entregar o restante, ou seja, R$ 30 mil para um terceiro, não identificado no diálogo”, diz outro trecho da denúncia.

A denúncia cai como uma bomba na gestão Emanuel Pinheiro que se prepara para buscar a reeleição. Emanuel Pinheiro alega em sua defesa que o dinheiro recebido seria o pagamento de um serviço prestado por seu irmão, Marco Polo de Freitas Pinheiro, proprietário do Instituto de Pesquisa Mark, ao ex-governador Silval Barbosa durante a campanha para governador em 2010.

“Segundo Emanuel Pinheiro, Silval da Cunha Barbosa não pagou Marco Polo pelos serviços prestados e que atendendo ao pedido de seu irmão, passou a ajudá-lo na cobrança dessa dívida”, disse em seu depoimento.

Porém, o MPF alega que não existe evidência de dívida, já que não há nenhuma entrega de recibo na hora em que Emanuel recebe os maços de dinheiro.

Emanuel Pinheiro se torna réu na véspera em que pretende anunciar a sua candidatura à reeleição. Ao mesmo tempo, o relatório final da CPI do Paletó, que pede o afastamento do prefeito e abertura do processo de cassação, deverá ser votado novamente na Câmara de Cuiabá, conforme decisão judicial.