ge realizou, nos últimos dias, entrevistas com os três candidatos à presidência do Botafogo nas eleições que acontecerão na próxima terça-feira. Os presidenciáveis abordaram os projetos para amenizar a delicada situação financeira do clube, tornar o futebol mais forte, finalizar o centro de treinamentos e fazer melhor uso do estádio e das sedes.

Tratada como prioridade, a busca por dinheiro novo será o principal desafio do próximo presidente do Botafogo, que tem uma das maiores dívidas do futebol brasileiro, com um passivo na casa de R$ 1 bilhão. O plano para a recuperação da saúde financeira alvinegra passa pelo clube-empresa e projetos adjacentes.

O candidato Alessandro Leite, da chapa “Todos pelo Botafogo”, acredita que o próximo presidente não deve se apegar somente à S/A, mas sim trabalhar com outros planos em mente. Entre as propostas do presidenciável está a captação por meio de marketing, como direito de nomear propriedades do clube (naming rights, no termo em inglês normalmente utilizado no mercado), e a busca de verbas na iniciativa privada via projetos incentivados.

Durcesio Mello, da chapa “Botafogo de Todos”, coloca como solução a viabilização do clube-empresa. Mas, caso o projeto não saia, o jeito seria buscar outras formas de trazer “dinheiro novo”. Entre as propostas do candidato está a profissionalização da gestão do futebol do Bota, inclusive com a contratação de um CEO. Para isso, ele diz que vai romper com a forma clássica de gerir o clube e até mesmo extinguir algumas vice-presidências.

Walmer Machado, da chapa “O Mais Tradicional”, se apresenta como o candidato “outsider” da política do Botafogo. O presidenciável, que ficou marcado por postura firme sobre o clube-empresa, garante que não é contra o projeto, mas sugere alterações. A principal delas é a mudança para uma gestão compartilhada entre clube e investidores. Para tirar a corda do pescoço do clube, o advogado garante capacidade e influência nos membros da pasta e aposta na captação de verbas incentivadas.

As entrevistas com os candidatos estão disponíveis em áudio, no podcast GE Botafogo, e também em texto. Entre os assuntos abordados pelo ge estão projetos financeiros, centro de treinamentos, gestão, futebol, estádio e sedes do clube.

Alessandro Leite

Atual vice-presidente executivo do clube, Alessandro tem como candidato a vice o primeiro secretário do Conselho Fiscal, Jorge Magdaleno. A chapa ouro, denominada “Todos pelo Botafogo”, representava a situação até o início de outubro, quando o grupo político “Mais Botafogo” retirou o apoio à administração de Nelson Mufarrej.

Durcesio Mello

Durcesio tem 65 anos, é empresário e já pensou em concorrer à presidência do Botafogo anteriormente, mas o pouco tempo de associado o impediu. Agora, com o apoio do amigo de infância Carlos Augusto Montenegro e a junção de diversas correntes no clube, tenta chegar ao cargo de presidente pela primeira vez pela chapa preta e branca, “Botafogo de Todos”. 

Walmer Machado

Aos 62 anos, o advogado é conselheiro, mas não assumiu pastas em diretorias passadas e não pertence a um dos grupos políticos mais conhecidos. A maior ligação com o clube é pela representação em alguns casos nos tribunais. O mais famoso foi o caso da dívida contestada com a empreiteira Odebrecht. Walmer é o líder da chapa verde, “O Mais Tradicional”, que tem como candidato a vice-presidente Carlos Lancetta. (Globo Esporte)