O São Paulo vive novo momento em 2020. Líder em aproveitamento de pontos do Brasileirão e semifinalista da Copa do Brasil, o time conseguiu superar a crise pelas eliminações do Paulistão (quartas de final), da Copa Sul-Americana (segunda fase) e da Libertadores (fase de grupos).
Abaixo o ge lista dez motivos que fizeram o São Paulo deixar a crise no passado para agora brigar por títulos. O desejo é encerrar a fila de quase oito anos sem conquistas, desde a Copa Sul-Americana de 2012.
Manutenção de Fernando Diniz
A permanência do técnico foi fundamental no processo. Muito pressionado dentro e fora do clube, Diniz ficou próximo de ser demitido durante uma sequência de sete jogos seguidos do São Paulo sem vitória. A ponto de ter feito seu “jogo da vida” contra o Atlético-GO, como informou o ge na época. Uma derrota naquele dia 7 de outubro poderia ter encerrado sua passagem no Morumbi.
O São Paulo, no entanto, venceu o Atlético-GO por 3 a 0, a diretoria resistiu à pressão pela demissão e o time embalou: foram 13 partidas, com nove vitórias, três empates e uma derrota.
Rápida adaptação de Luciano
Único reforço no elenco para 2020, o atacante se transferiu ao São Paulo após uma troca com o Grêmio por Everton e rapidamente se adaptou ao time de Fernando Diniz, com quem tinha trabalhado no Fluminense, em 2019. Luciano soma 11 gols em 21 jogos e só não foi titular do time duas vezes por motivos específicos:
- na estreia, contra o Bahia (dia 20 de agosto), havia acabado de chegar e iniciou no banco, mas entrou e fez o gol de empate por 1 a 1
- na outra, no último sábado, foi poupado por Fernando Diniz diante do Fortaleza, pelo Brasileirão, mas entrou no segundo tempo e fez dois gols na vitória por 3 a 2.
Retomada do Daniel Alves
O camisa 10 viveu momento de instabilidade junto com o time, mas deu a volta por cima e passou a ser a grande liderança técnica do São Paulo.
Ele deu quatro assistências e fez um gol nos últimos quatro jogos do Tricolor. Contra o Flamengo, se destacou nos dois jogos das quartas de final da Copa do Brasil.
Episódio marcante recente envolvendo o camisa 10 ocorreu na vitória por 3 a 2 sobre o Fortaleza. Na ocasião, ele venceu uma disputa de par ou ímpar com Gabriel Sara para decidir quem bateria uma falta perigosa, mas cedeu a cobrança e o garoto fez o gol.
Daniel Alves e Gabriel Sara decidiram batedor no par ou ímpar — Foto: Miguel Schincariol / saopaulofc.net
Volta por cima do Brenner
Artilheiro disparado do elenco no ano, com 17 gols, o cuiabano Brenner desabrochou como jogador sob o comando de Fernando Diniz. O atacante vinha sendo reserva até virar titular no jogo contra o Atlético-GO, o mesmo que foi decisivo para a permanência de Fernando Diniz.
Desde então, Brenner liderou a boa fase do São Paulo com gols: foram 13 nos últimos 13 jogos.
Melhor defesa do Brasileirão
Líder em aproveitamento de pontos do Brasileirão, com 66,7%, o São Paulo tem a defesa menos vazada da competição, com 17 gols sofridos (o time tem três jogos a menos).
Criticado pelo número de gols sofridos, o São Paulo corrigiu o problema no campeonato de pontos corridos e viu o rendimento defensivo melhorar com as entradas de Bruno Alves e Luan no time titular.
Na vitória por 3 a 0 sobre o Flamengo, quarta-feira, no Morumbi, o São Paulo saiu ileso depois de oito jogos seguidos sofrendo gols.
Bruno Alves e Luan ajudaram o São Paulo a melhorar o rendimento defensivo — Foto: Reprodução/Twitter
Se a defesa do São Paulo tem bons números também deve isso ao goleiro, que cresceu em momentos importantes. Tiago Volpi não sofreu nenhum gol de pênalti em seis cobranças contra o São Paulo. Nas oitavas de final, contra o Fortaleza, ele pegou uma das cobranças na vitória por 10 a 9 nas penalidades.
Na última quarta-feira, diante do Flamengo, pelas quartas de final da Copa do Brasil, Tiago Volpi viu Vitinho isolar o chute por cima do gol. Antes, no Maracanã, pelo Brasileirão, ele pegou chutes de Bruno Henrique e Pedro na goleada por 4 a 1.
Alvo de críticas em 2019 pelo número de lesões, os departamentos médico, de fisiologia e preparação física do São Paulo ajudaram o time neste momento atual. Fernando Diniz não teve desfalques de jogadores titulares por lesão, enquanto o Flamengo, por exemplo, teve diversas baixas importantes.
Assim, o treinador pode escalar seu time-base conhecido pelo torcedor: Tiago Volpi; Juanfran, Bruno Alves, Diego Costa e Reinaldo; Luan, Gabriel Sara, Daniel Alves e Igor Gomes; Luciano e Brenner.
Jogadores do São Paulo comemoram gol contra o Flamengo — Foto: Marcos Ribolli
Diego Costa, Luan, Gabriel Sara, Igor Gomes e Brenner: cinco dos 11 titulares do São Paulo de Diniz são criados na base. Desses, Diego vive oscilação no momento, mas melhorou na vitória diante do Flamengo, assim como Igor Gomes, que não vinha bem. Luan, Gabriel Sara e Brenner têm mantido regularidade de bons jogos.
Brenner, Igor Gomes, Diego Costa, Luan, Gabriel Sara e Fernando Diniz em treino do São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net
Tropeços de concorrentes
Enquanto o São Paulo manteve Fernando Diniz no cargo, o Flamengo demitiu Domènec Torrent e contratou Rogério Ceni, enquanto o Inter viu Eduardo Coudet sair do clube rumo ao Celta de Vigo e contratou Abel Braga. Os dois concorrentes diretos na parte de cima da tabela do Brasileirão foram eliminados da Copa do Brasil e vivem uma crise.
O Galo de Sampaoli, por sua vez, se recuperou de uma oscilação: nos últimos cinco jogos foram duas vitórias, duas derrotas e um empate.
Poder de reação
O São Paulo virou três jogos seguidos no Brasileirão: Flamengo (goleada por 4 a 1 no Maracanã), Goiás (2 a 1 no Morumbi) e Fortaleza (3 a 2 no Castelão).
São Paulo mostrou poder de reação em três jogos seguidos do Brasileirão — Foto: Miguel Schincariol / saopaulofc.net