Uma das principais sensações do futebol brasileiro no “atípico” ano de 2020, o América-MG tem se mostrado bem competente, tanto dentro, como fora das quatro linhas. Nesta quarta-feira, o Coelho poderá alcançar mais uma grande façanha: chegar às semifinais da Copa do Brasil. Para isso acontecer, basta que os comandados de Lisca empatem com o Internacional, visto que o time mineiro venceu o jogo da ida por 1 a 0 no Beira-Rio.
Mesmo no meio de gigantes com orçamentos bem maiores, o América-MG vem se destacando por um projeto certo de futebol, que vem sendo conduzido desde o meio do ano passado, quando Felipe Conceição assumiu o comando da equipe e Paulo Bracks foi promovido a diretor de futebol.
Com uma base de time montada, mesclada por jovens e atletas experientes, o Coelho saiu da última posição da Série B para um quase acesso para a Série A em 2019, que só não aconteceu por conta de uma derrota para o já rebaixado São Bento no Independência.
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Lisca e Paulo Bracks durante treino do América-MG — Foto: Estevão Germano / América
Entretanto, a filosofia que deu certo não foi alterada para a temporada de 2020. Mesmo perdendo o treinador Felipe Conceição no começo da temporada, que se transferiu para o Bragantino, a diretoria americana agiu sem pressa para buscar o novo técnico até chegar ao nome de Lisca. O atual comandante do América seguiu um modelo já existente e aprimorou com suas ideias de jogos, o que acabou se tornando um casamento perfeito.
Contratações pontuais
No elenco, também é possível perceber o porquê o América vem obtendo sucesso. Do time titular que encerrou a temporada ano passado, cinco jogadores permanecem titulares no time atual: Diego Ferreira, João Paulo, Zé Ricardo, Juninho e Felipe Azevedo.
Nas outras posições, substitutos pontuais, que chegaram e elevaram o nível da equipe. Ao todo, o grupo atual possui 36 atletas, sendo 21 remanescentes ou que retornaram de empréstimo e 16 reforços – já contando a chegada de Léo Gomes e computando as saídas do goleiro Victor Hugo e o volante Rickson.
No gol, Matheus Cavichioli chegou, mostrou segurança e ocupou a vaga de Airton, hoje reserva do Coelho. Na defesa, Lucas Kal, no América até julho desse ano, foi substituído por Messias, que retornou de empréstimo de Portugal e vem tendo ótimas atuações na zaga americana.
Ricardo Silva, capitão no ano passado, saiu do Coelho e deu lugar a Eduardo Bauermann, jovem defensor que também vinha tendo atuações destacadas até se lesionar e ser substituído por Anderson, outro reforço da atual temporada e que não vem comprometendo.
No meio, Alê, um dos principais pilares do time, veio para ocupar a vaga de William Maranhão e deu uma característica diferente ao meio campo americano. Geovane, que o vem substituindo e em alto nível, já estava no elenco de 2019.
Por fim, no ataque, as principais mudanças: Matheusinho e Júnior Viçosa deixaram o clube para as entradas de Ademir – que está no América desde 2018 – e Rodolfo, respectivamente, que foi contratado para esse ano e é o artilheiro do Coelho na temporada. Aliás, a dupla é responsável por 21 dos 53 gols marcados pelo América na temporada – 12 de Rodolfo e 9 de Ademir.
Comparativo
Em comparação com outros elencos da Série B, o trabalho feito no América-MG ganha ainda mais destaque. Atualmente na terceira posição da competição, com 37 pontos ganhos, o Coelho, com um orçamento abaixo que alguns adversários, como por exemplo o rival Cruzeiro e a Ponte Preta, tem uma posição melhor que os dois na tabela de classificação.
A Raposa tem a maior folha salarial da Série B e realizou 21 contratações até aqui na temporada, fora os jogadores que voltaram de empréstimo de outras equipes. O clube celeste está tendo dificuldades para engrenar na competição. Atualmente, os comandados por Felipão estão na 15ª posição, com 24 pontos conquistados.
Já a Macaca, que contratou mais de 25 reforços no ano, passou por uma grande reformulação do ano passado pra cá, mas, mesmo assim, não conseguiu êxito por completo. O time paulista até briga pelo G-4 – 6º colocado com 32 pontos -, porém a expectativa era de um rendimento melhor, inclusive lutando pelo título.
*Sob supervisão de Fred Ribeiro (Globo Esporte)