Com quase seis meses de salários atrasados, o elenco do São Caetano não viajou para Itajaí, em Santa Catarina, para o confronto contra o Marcílio Dias, válido pela 12ª rodada da Série D do Campeonato Brasileiro, neste sábado, às 16h. É a terceira vez em menos de dois meses que os jogadores entram em greve no Azulão em virtude do não pagamento dos vencimentos.
O São Caetano é o lanterna do Grupo 8 da Série D do Brasileiro com apenas seis pontos em 11 rodadas. São sete derrotas, três empates e apenas uma vitória.
Campeão da Série A2 do Campeonato Paulista neste ano, o São Caetano rompeu parceria com um grupo de investidores no último mês e sofre com problemas financeiros. Logo após o título, o técnico Alexandre Gallo deixou o clube. Além dele, praticamente todo o time titular também rompeu contrato.
Sem acordo com boa parte do elenco que conseguiu o acesso à elite do Paulistão, a solução encontrada pelo São Caetano para poder seguir na Série D do Brasileiro foi usar jogadores das categorias de base com a mescla de poucos remanescentes do profissional. O estopim foi o atraso nos vencimentos também dos jogadores mais novos e com remuneração menor, que agora também se revoltaram contra a administração do clube.
No fim de outubro, após ameaça de W.O., o São Caetano acabou entrando em campo com time formado basicamente por jogadores das categorias de base. O resultado foi uma goleada histórica de 9 a 0 para o Pelotas, no estádio Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul.
São Caetano perdeu por 9 a 0 em casa para o Pelotas — Foto: Leonardo Lima/AD São Caetano
Fundado em 1989, o São Caetano foi presidido por Nairo Ferreira durante 30 anos. Após deixar o comando do clube no fim do ano passado, ele retomou a presidência após seis meses, o que gerou desgaste com o grupo de investidores que injetava dinheiro.
Em três décadas de história, o São Caetano viveu seu auge no início dos anos 2000, quando foi campeão paulista (2004), duas vezes vice brasileiro (2000 e 2001), além de vice da Libertadores (2002). (Globo Esporte)