Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #21 do Brasileirão. Nesta edição, compara o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando, considerando as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 69.394 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.852 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para entender a produtividade atual de cada equipe. Obrigado pela leitura. Ótimo jogo!
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Internacional
- O Santos já teve alguma vantagem em jogos contra o Internacional, mas das últimas cinco vezes que recebeu a equipe gaúcha pela Série A, a paulista venceu uma, empatou duas e perdeu três. Desta vez, está praticamente sem comissão técnica e com vários desfalques devido a um surto de Covid-19, apesar de o Internacional ter perdido o técnico Eduardo Coudet.
- O Internacional permite poucas finalizações aos adversários e de baixo risco, segundo estatística de expectativa de gols (xG), que mostra que o Santos finaliza pouco e com risco médio. O Santos faz um gol a cada 7,3 finalizações em casa, quarta melhor eficiência, mas faz 12,4 finalizações por jogo, 13ª posição. O Internacional leva um gol por partida em média, permitindo apenas 8,5 conclusões.
- Embora tenham campanhas semelhantes nos últimos seis jogos, o Santos é o 11º mandante do Brasileirão (4V, 4E, 2D, 53% de aproveitamento), e o Internacional é o quinto melhor visitante (4V, 2E, 4D, 47%). O Inter faz um gol a cada 7,7 finalizações quando visitante, terceira melhor eficiência, e conclui 10,0 vezes, 13º. Em casa o Santos leva um gol a cada 10,9 finalizações, 10º ranking mandante, e sofre 13,1 finalizações, segunda pior marca, muito para uma equipe tão precisa quanto o Inter.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Sport
- No agregado dos mandos, são duas das três equipes que menos finalizam no Brasileirão, mas duas das seis equipes que mais sofrem finalizações (o Sport é a segunda, o Vasco, a sexta). Por mando é um pouco diferente: Sport é o sexto mandante que menos finalizações faz (média de 12 por jogo); o Vasco é quinto visitante que menos conclui (9,2). E são meio de tabela em finalizações sofridas: o Sport leva 11,9 finalizações em casa; o Vasco, 15,4 fora de casa.
- Nos últimos cinco jogos em casa pelo Brasileirão, o Sport não levou gol em três, mas os cinco gols que levou do Internacional comprometem a média de gols sofridos. Nos últimos cinco jogos fora de casa pela competição, o Vasco não fez gol em três. Esse cenário é mais favorável à defesa do Sport.
- Mas o ataque da equipe pernambucana também terá um desafio, pois vem sendo muito dependente do jogo aéreo, com 70% dos útimos dez e 20 gols saindo a partir de bolas altas, mas o Vasco domina relativamente bem seu espaço aéreo, com 40% dos gols sofridos nascendo pelo alto.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Goiás
- Uma partida difícil: o Goiás é o pior mandante da competição (2V, 3E, 4D, 33% de aproveitamento), e o Athletico-PR é o segundo pior visitante (1V, 1E, 6D, 17% de aproveitamento). O Goiás é o quinto mandante que precisa de menos finalizações para marcar (7,6), e o Athletico-PR o quarto visitante que menos resiste a finalizações, sofrendo um gol a cada 7,8 tentativas.
- Mas a defesa do Goiás tem um desempenho ainda pior em casa, sendo a que menos resiste a pressões e a que sofre gols com menos tentativas dos adversários, um gol a cada 6,6 finalizações sofridas. Será interessante acompanhar seu comportamento porque o Athletico-PR é o segundo visitante que mais precisa de finalizações para marca, conseguindo um gol a cada 16,2 chances.
- A partida tem forte potencial para gols aéreos, já que o Goiás fez seis dos últimos dez e 13 dos últimos 20 (65%) pelo alto, e o Athletico-PR sofreu assim seis dos últimos dez e 11 dos últimos 20 (55%). E para aumentar as probabilidades, o Goiás levou sete dos últimos dez gols pelo alto e 12 dos últimos 20 (60%) com a equipe paranaense marcando com o jogo aéreo metade de seus gols sem contar pênaltis e faltas diretas.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Atlético-MG
- O Corinthians tem a segunda pior defesa caseira (média 1,56 gol sofrido por jogo) e sofre um gol a cada 8,1 finalizações, quarta pior marca mandante, levando 12,6 finalizações por jogo. O Atlético-MG é o visitante que mais faz finalizações, 16,6 finalizações, mas precisa de 14,9 para fazer um gol, a quarta pior eficiência. Como o Corinthians vem sendo vulnerável, o time mineiro tem potencial para melhorar seus números.
- Porém, pela Série A, o Corinthians domina o Atlético-MG em São Paulo de 2006 em diante com sete vitórias e só uma derrota (2013) em 12 partidas. O Atlético-MG tem a segunda pior defesa forasteira (média 1,89 gol sofrido) e leva um gol a cada 6,5 finalizações, pior marca entre os visitantes. Mas o Corinthians é o décimo que mais finaliza em casa, média de 13,7, e a média 1,33 gol por partida é apenas a 11ª dos mandantes. O Corinthians precisa de 10,3 chances para conseguir um gol.
- A questão é que o time mineiro tem potencial, e a bola aérea é um caminho: o Corinthians levou pelo alto cinco dos últimos dez gols e 12 dos últimos 20 (60%), e o time mineiro fez cinco dos últimos dez gols, sem contar faltas diretas e pênaltis. O Corinthians fez quatro dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e o Atlético-MG só levou três dos últimos dez assim. O otimista dirá que então o Corinthians vencerá com uma jogada rasteira. Há margem para isso.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Grêmio
- Consideradas todas as competições (Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores), o Grêmio não perde há nove partidas com dois empates e sete vitórias, sendo as seis últimas consecutivas (85%). Levou apenas cinco gols nesses jogos e marcou 13. Nos últimos nove jogos (Brasileiro, Cearense e Copa do Brasil), o Ceará venceu três, empatou quatro e perdeu dois (48%). Levou dez gols e marcou nove.
- A bola aérea é um problema para as duas defesas. O Grêmio levou sete dos últimos dez gols dessa forma e 13 dos últimos 20 (65%); com o mesmo recorte, o Ceará levou 60% dos gols pelo alto. O Grêmio marcou 60% de seus gols dessa forma e tem potencial para marcar novamente, e o Ceará fez 40% de seus gols usando a bola aérea.
- A diferença elementar é que na temporada o Grêmio tem a segunda defesa menos vazada, com média de 0,78 gol sofrido em cada um dos 46 jogos, enquanto o Ceará tem a décima marca, com média de 1,02 gol sofrido em 50 jogos. Fora de casa, no entanto a média de gols sofridos do Ceará salta para 1,12. Sua esperança é que a média do Grêmio é maior em casa: 0,91.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> São Paulo
- O Fortaleza vem de eliminação pelo São Paulo da Copa do Brasil (ainda que apenas nos pênaltis) e perdeu o técnico Rogério Ceni. No primeiro jogo após a saída de Ceni, perdeu para o Bahia por 2 a 1, mas acumula três derrotas seguidas, e o São Paulo vem de quatro vitórias. A equipe paulista enfrenta o Flamengo na próxima quarta-feira pela Copa do Brasil, mas após eliminações em mata-matas, deve manter o foco no Brasileirão.
- O Fortaleza é o quinto melhor mandante do Brasileirão (5V, 2E, 2D, 63%), e o São Paulo o terceiro melhor visitante (3V, 3E, 2D, 50%). Embora o Fortaleza seja a segunda equipe visitante que menos faça finalizações (média 10,6 por partida), tem média de um gol por jogo. O São Paulo é o segundo visitante que menos permite finalizações (média 9,5), mas é o terceiro que menos resiste a elas, com um gol sofrido a cada 7,6 conclusões de mandantes.
- A solidez dos mandantes estará à prova: o Fortaleza vinha sendo o mandante que mais exigia finalizações dos adversários para que conseguissem um gol (apenas a cada 22,5 tentativas). Ainda assim, o São Paulo é o segundo visitante que mais finaliza (14,3), e o oitavo que precisa de menos finalizações para marcar (9,5). A fase negativa do Fortaleza é a chave da partida.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Flamengo
- O Flamengo tem o quinto melhor ataque mandante do Brasileirão (média 1,56 gol por jogo) e depois de ter perdido por 3 a 0 no primeiro turno, precisa ficar atento para nova zebra porque o Atlético-GO tem a quarta melhor defesa visitante da competição, com média de 1,1 gol sofrido por jogo.
- Apesar de o Flamengo ser o segundo mandante que mais finaliza na competição, com média de 17,1 tentativas por partida, é apenas o 13º em eficiência, precisando em média de 11 conclusões para fazer um gol. O Atlético-GO fora de casa só permite 11,5 finalizações em média, quinta melhor marca visitante, mas sofre um gol a cada10,5, nona marca.
- Embora o futebol tenha espaço para todo tipo de surpresa, é difícil imaginar uma derrota do Flamengo. Isso porque a equipe goiana é a visitante que mais precisa de finalizações para conseguir um gol, a cada 24,6 tentativas, só conseguindo 12,3 conclusões por jogo. O Flamengo é o sexto mandante que menos permite finalizações a adversários, apenas 9,8 por jogo, mas leva um gol a cada 8,0 em média.
— Foto: Espião Estatístico
- O Palmeiras é o terceiro mandante que mais finalizações faz por partida (16,4 em média), mas precisa de 11,4 para conseguir um gol, sexta pior eficiência caseira. A defesa do Fluminense sofre em média 12,6 finalizações por partida quando visitante, nono desempenho, e um gol a cada 10,3, décimo desempenho, com margem para gol do Palmeiras.
- O Fluminense precisa em média de 9,5 finalizações para fazer um gol quando visitante, oitavo desempenho visitante, mas só consegue 10,6 finalizações por jogo, 12º desempenho. Ainda que pese o Palmeiras estar em um momento ascendente com seis vitórias nos últimos seis jogos, a equipe vinha sofrendo em casa 10,4 finalizações por jogo, oitavo desempenho mandante, mas tem levado um gol a cada 7,8 tentativas do adversário, segunda pior marca defensiva dos mandantes.
- A equipe paulista tem explorado basicamente o jogo rasteiro em busca do gol, com apenas quatro dos últimos dez gols sendo marcados a partir de jogadas aéreas. E é a bola rasteira que tem furado a defesa do Fluminense, que só levou dois dos últimos dez gols pelo alto. A maior dificuldade que o Fluminense encontrará é que o Palmeiras só levou pelo alto dois dos últimos dez gols, mas os cariocas marcaram sete dos últimos dez gols pelo alto.
— Foto: Espião Estatístico
- O Coritiba tem o quarto pior aproveitamento mandante do Brasileirão (3V, 2E, 4D, 41%), e recebe o Bahia, quarto pior aproveitamento visitante (1V, 3E, 5D, 22%). Embora venha melhorando, o Coritiba é mandante que menos finaliza na competição (média 9,3) e o que precisa de mais finalizações para fazer um gol (16,8). Outro desafio interessante porque o Bahia é o segundo visitante que menos resiste a ataques, levando um gol a cada 7,3 finalizações que sofre.
- E a equipe baiana é a terceira visitante que mais finaliza na competição (13,7 tentativas por jogo), mas sua eficiência é baixa, a quinta equipe que mais precisa de finalizações para fazer um gol, em média a cada 13,7 conclusões fora de casa.
- É na bola aérea que está a chance de vitória do Bahia, já que o Coritiba passa por um momento instável para controlar seu espaço aéreo: a equipe levo sete dos últimos dez gols em jogadas aéreas, mas o Bahia só fez assim quatro dos últimos dez. A influência do jogo aéreo é de 40% tanto para o ataque do Coritiba quanto contra a defesa do Bahia.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Botafogo
- O Botafogo é o segundo pior mandante do Brasileirão (2V, 5E, 3D, 37%), e o Bragantino é o segundo pior visitante (0V, 5E, 5D, 17%). Não é de se esperar gol de bola aérea porque as duas equipes só fizeram assim três de seus últimos dez gols, embora ambas tenham levado cinco dos últimos dez dessa forma.
- O Botafogo é o terceiro mandante que precisa de mais finalizações para conseguir um gol, em média a cada 13 tentativas, mas o Bragantino tem sofrido um gol fora de casa a cada 8,4 tentativas, 13ª marca. E o Bragantino é o terceiro visitante que precisa de mais finalizações para marcar, a cada 15,1 tentativas, mas o Botafogo é o mandante que mais sofre finalizações (13,8 por jogo), mas o oitavo que mais resiste aos ataque, sofrendo um gol a cada 11,5 conclusões.
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 69.394 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.852 jogos de Brasileirões. Para esta temporada, passamos a considerar os jogos realizados desde a edição de 2013. Além de a base de dados ter sido ampliada em uma temporada, também passamos a considerar a altura dos goleiros que sofreram cada uma dessas finalizações, a diferença de valor de mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização, além do ângulo e da distância entre a bola em cada conclusão e o gol em si.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo).
Resultado
Favoritismos acertou 82 resultados em 185 partidas analisadas, aproveitamento de 44%.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Bruno Saldanha, Caio Carvalho, Caio Tatesawa, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Globo Esporte)