Nesses meus 16 anos de estrada na imprensa esportiva de Mato Grosso, acredito e afirmo, que o futebol mato-grossense, vive um bom momento com o Cuiabá na Série B, mas internamente, está num processo deficitário com torcedores de ambos os clubes que disputam o campeonato promovido pela Federação Mato-grossense de Futebol (FMF).

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Esse déficit a qual me referi, é sobre a formação de craques, onde já abordei em outro artigo, sobre a forma como os clubes trabalham ou tratam os nossos diamantes em processo de lapidação.

Quem viu o atacante Fernando atuando em sua melhor fase de 2008 até 2015, que até então, foi a grata revelação que encheu os nossos olhos de satisfação, por um simples detalhe, fazia gol por música, também ele foi único diferente que vi nessas ultimas décadas.

Claro que tivemos também, goleiros, zagueiros, meias, alas que despontaram, mas aqui nesse artigo me refiro a jogadores diferenciados.

Quando refiro a palavra de sinônimos flexíveis, conforme a colocação da primeira ou terceira pessoa, seja plural ou singular, enfim, ser diferente, jogar desigual, fazer o inalterado em campo. Esses diferentes estão longe daqui, em outros estados, em divisões inferiores do futebol paulista ou gaúcho, mas pela visibilidade que é a primeira divisão do nosso futebol, eles acabam vindo pra cá, sem tomar o devido conhecimento de como é o clube que vai defender.

Nosso futebol está carente de craques. Hoje tomei o conhecimento que o novato clube, que desponta no estadual desse ano, o Nova Mutum, na tentativa de dar continuidade na boa fase da competição, e contratou o volante Willian, ex-Flamengo e outros clubes brasileiros e exterior, e ele está apto para jogar pelo time do Vale do Teles Pires.

Enquanto eles contratam, nos aqui continuamos a ver o prata da casa se limitarem no futebol amador. Acabar nada, lá estão sendo valorizados devidamente, até por que, os salários que alguns clubes profissionais pagam, não superam o free lance que o amadorismo proporciona aos atletas.

Agora, voltando atrás, lá na época do Fernando meia atacante, vamos retroceder mais alguns dez anos, e relembrar que por aqui, tivemos um Fernando Vila Nova, Diogo, Zumbi, Saci, Odil, Bibil, Jair, Moreno, Marciano e desculpe os outros que aqui faltam citar por esquecimento, mas faço a todos dessa época minha moção honrosa a esses craques.

Podem até questionar, mas nesse tempo não havia o Cuiabá, nosso futebol era última divisão no brasileiro, não tínhamos calendário, era só Copa do Brasil, Mato-grossense e Brasileiro (Série C), e a TV não transmitia. Eu sou do rádio, sou testemunha, que em jogos clássicos, o Verdão ainda recebia uma gama de 3 mil torcedores, no estádio Dutrinha, nossa que saudades, se tornava um verdadeiro caldeirão.

Bom, vejo que apesar da emissora que transmite ao vivo os jogos na Arena Pantanal via televisão, o numero de torcedores é 30% do total que citei lá atrás.Números influenciam para que nossos craques não sejam destacados, fico triste por não surgir um outro igual a Fernando no nosso futebol.

Até por que, os artilheiros nos últimos 3 anos, não encerram o campeonato com mais de dez gols. Isso aqui não é opinião minha, mas um desejo de todos que acreditamos num futebol mais atraente e com craques próprios.

*IGOR GABRIEL MARQUES  é jornalista, radialista, locutor esportivo e mestre de cerimônia;  mora em Várzea Grande e milita há anos no esporte de Mato Grosso.

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