Ponto do jogo para a Rússia. Bola pra Sheilla. Ela vira. Mais uma chance de a Rússia fechar. Sheilla de novo. É a terceira chance da Rússia. Sheilla do fundo bota no chão. Se com sete frases curtas você já sabe do que estamos falando, provavelmente foi um dos que apontaram a oposta como a melhor jogadora de vôlei do Brasil de todos os tempos, em votação promovida pelo ge. Numa atuação memorável, Sheilla foi o grande destaque do Brasil nas quartas de final das Olimpíadas de Londres 2012 contra a seleção russa, que teve seis chances de fechar o jogo, mas acabou eliminada. A seleção avançou e foi campeã olímpica. Campeã, não. Bicampeã.

Sheilla foi destaque nas Olimpíadas de Londres — Foto: Ap

Sheilla foi destaque nas Olimpíadas de Londres — Foto: Ap

Sheilla foi peça importante nos dois títulos olímpicos, tanto em Londres, em 2012, como quatro anos antes, em Pequim. Além desses títulos, a oposta tem ainda três medalhas em mundiais (duas pratas e um bronze), sete ouros em Grand Prix e duas taças da Copa dos Campeões. Tal currículo garantiu 30% das dezenas de milhares de votos.

Fabi comemora em Londres — Foto: Elsa/Getty Images

Fabi comemora em Londres — Foto: Elsa/Getty Images

Outra peça fundamental dos dois ouros olímpicos ficou em segundo lugar. A ex-líbero Fabi teve 15% da preferência do público. A agora comentarista do Sportv é considerada uma das melhores da posição de todos os tempos. O currículo é muito similar ao de Sheilla, mas Fabi tem uma medalha e menos em Mundiais (o bronze de 2014) porque já tinha deixado a seleção.

Em terceiro lugar, ficou a craque dos anos 90 Ana Moser, com 12%. A ponteira foi o símbolo de uma seleção brasileira muito habilidosa, mas que foi contemporânea da maior seleção da história: a temida geração cubana, tricampeã olímpica (92, 96, 2000). Ana conquistou a medalha de bronze na Olimpíada de 96 e tem uma prata no Mundial de 94, além de três Grand Prix.

Ana Moser comemora na Olimpíada de Atlanta: ela jogou após operação grave no joelho — Foto: O globo

Ana Moser comemora na Olimpíada de Atlanta: ela jogou após operação grave no joelho — Foto: O globo

Fofão, dona de três medalhas olímpicas (bronze em 96 e 2000 e ouro em 2008) e Jaqueline (ouro em 2008 e 2012) empataram no quarto lugar, com 6%. Em sexto, Leila (bronze em 96 e 2000), com 5%, e Venturini (bronze em Atlanta 96) chegou em sétimo, com 4%.

Assim como no masculino, claramente foi difícil para o público escolher a melhor de todas. 18 jogadoras tiveram pelo menos 1% dos votos . E várias gerações foram contempladas, como já deu para ver no panorama acima e também pelo resultado de Isabel Salgado e Jaqueline Silva, cracaças dos anos 80, que ficaram em 11º e 12º, respectivamente.

Curiosidades da votação

Sheilla e Leila se enfrentaram na primeira fase com vitória da oposta bicampeã olímpica por 75% a 25%. Mas isso não impediu um grande resultado de Leila, que ficou em sexto lugar, mesmo enfrentando a campeã de cara.

Jaqueline Silva perdeu para Dani Lins por 60% a 40% no primeiro duelo, mas no resultado final ficou melhor do que a campeã olímpica em 2012. Jaque terminou em 12º, enquanto Dani foi a 19ª entre todas as atletas.

Uma das maiores discussões do mundo do vôlei se repetiu no desafio: quem foi melhor Fofão ou Venturuni? Fofão foi por anos reserva de Venturini, mas conquistou o ouro tão sonhado pelo Brasil, enquanto Fernanda não teve essa chance. Duas das melhores do mundo em toda a história. O resultado foi apertado, mas favorável a Fofão: 60% a 40%.

Por falar em disputa equilibrada, o duelo de gerações teve as duas disputas mais equilibradas. Mari, campeã olímpica em 2008, dona do recorde de pontos em jogo decisivo em olimpíadas, ganhou por pouco de Tandara, atual oposta da seleção (53% x 47%). O mesmo aconteceu com Virna, bronze em 96 e 2000, no duelo com Natália, da atual geração (54% x 46%). (Globo Esporte)