O ge propôs um desafio nada fácil: escolher o melhor atleta masculino de vôlei de todos os tempos. Foram dezenas de milhares de votos, e o público elegeu Giba como o grande nome do esporte nacional. O ex-ponteiro foi escolhido por 48% do público.
Giba foi um dos expoentes da geração dos anos 2000, que ganhou praticamente tudo que disputou e que manteve uma hegemonia por mais de uma década. Pela seleção, Giba foi campeão olímpico em 2004 e prata em 2008 e 2012. Foi tricampeão mundial (2002, 2006, 2010) e venceu oito Ligas Mundiais, além de três vices e dois terceiros do torneio. Venceu ainda a Copa do Mundo por duas vezes (2003 e 2007) e foi duas vezes bronze. Ganhou ainda oito sul-americanos e um Pan-Americano (2007). Uma lista bem extensa de conquistas justifica a escolha, não é?
Mas Giba não jogou sozinho e outros nomes dessa mesma geração também foram muito bem votados. O grande rival de Giba na briga pelo posto de maior jogador de vôlei do Brasil foi Serginho. O ex-líbero teve 28% dos votos. Serginho e Giba foram contemporâneos e têm currículos muito similares. A grande diferença é que Serginho não ganhou o Mundial de 2010 por estar lesionado, mas tem mais um ouro olímpico no currículo, em 2016, no Rio.
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Serginho encerrou sua carreira na seleção com o ouro na Rio 2016 — Foto: Reuters/Dominic Ebenbichle
Um pouco mais distante de Giba e Serginho, um pelotão de grandes jogadores brigaram pela medalha de bronze. Nalbert e Ricardinho também fizeram parte por um longo tempo da geração “imbatível” junto com os dois primeiros. Os dois tiveram 4% dos votos. Logo atrás, Maurício, levantador bicampeão olímpico em duas gerações diferentes (92 e 2004) e Renan Dal Zotto, hoje técnico da seleção masculina, mas que como jogador era um dos destaques da geração que ganhou a medalha de prata em 84. Ambos tiveram 3%.
Dá para ver pelos números do jogo como o Brasil tem inúmeros ídolos. Dos 32 que foram colocados na disputa, 20 tiveram pelo menos 1% de votos como melhor da história. Pode parecer um percentual pequeno, mas em um cenário com tantos palpites, isso representa muita gente que considera esses jogadores como os melhores de sempre.
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Seleção campeão de Atenas: geração multicampeã teve vários jogadores indicados como melhores do mundo — Foto: Getty Images
Curiosidades nas disputas
Alguns números chamaram a atenção na disputa. O duelo mais equilibrado da primeira fase foi entre Renan e André Nascimento. O oposto canhoto, campeão olímpico e mundial, ganhou essa disputa por 51% a 49%. Porém, mesmo não tendo a preferência entre a maioria nesse duelo direto, Renan ganhou mais nas fases seguintes, inclusive, tendo 3% do público o elegendo como o melhor da história. André teve votos como melhor, mas não chegou a somar 1%. E o que podemos concluir? Simples: a maioria pode até achar que André é melhor do que Renan, mas quem acha Renan melhor é mais fã do atual técnico da seleção. Entendeu?
William, o levantador da geração de prata, parece ter levado azar no chaveamento. Ele só teve 16% dos votos no duelo contra Maurício, mas mesmo assim teve 1% de votos de melhor da história. Não tivesse um adversário tão forte logo de cara, talvez tivesse ido um pouco melhor.
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Renan na olimpíada de 84. Medalha tem mais de 30 anos, mas memória do time parece ainda ser grande — Foto: Divulgação / Hall of Fame
Nos duelos de gerações, algumas curiosidades. Giovane, bicampeão olímpico em 92 e 2004, teve o dobro de votos de Murilo, campeão e melhor jogador do Mundial de 2010, e prata nas Olimpíadas de 2008 e 2012. Lucarelli, ouro olímpico em 2016, venceu mais apertado Montanaro, prata em 84 (58% x 42%). Nalbert, campeão olímpico em 2004, ganhou de Tande, campeão olímpico de 92, por 62% a 38%.
Gustavo, da mesma geração de Giba e Serginho, venceu com autoridade (88% x 12%) o confronto contra Maurício Souza, ouro na Rio 2016. Mas nesse caso, parece que o que pesou foi o jogador e não a geração. Porque Lucão, também ouro na Rio de 2016, venceu bem André Heller, da mesma época de Gustavo: 71% a 29%. (Globo Esporte)