A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou nesta segunda-feira (19) que defende “cadeia imediatamente” para o jogador Robinho, condenado na Itália por violência sexual contra uma mulher embriagada.

O jogador foi condenado em primeira instância, mas recorreu e diz ser inocente. No estágio atual do processo, Robinho não pode ser preso no Brasil. Quando as possibilidades de recursos se esgotarem, se a condenação for mantida, Brasil e Itália deverão chegar a um acordo sobre o cumprimento da pena.

– Cadeia imediatamente, não tenho outra palavra para falar. Ainda cabe recurso, mas o vazamento dos áudios, gente. Querem mais o quê? Cadeia. Nenhum estuprador pode ser aplaudido. O cara quer voltar para o campo para posar como herói – declarou.

Damares comentou o caso ao chegar ao Palácio do Planalto, nesta segunda, para uma cerimônia com o presidente Jair Bolsonaro sobre tratamentos para a Covid-19. A ministra disse acreditar que o Santos Futebol Clube agiu certo ao rescindir o contrato com Robinho, que havia acertado seu retorno ao time no último dia 10.

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– O clube já reviu, e parabéns ao Santos por ter rescindido. Eu sei que ainda cabe recurso, mas acho que está muito claro. O vazamento dos áudios está muito claro, a forma como isso chegou para nós – declarou.

Os áudios citados pela ministra foram revelados com exclusividade pelo ge, que também detalhou a decisão da Justiça italiana que condenou Robinho.

Em nota enviada ao Fantástico neste fim de semana, a defesa “reitera que [Robinho] não cometeu o crime do qual é acusado e que sempre que relacionou sexualmente foi de maneira consentida”. Diz, ainda, que “há diversas conversas interceptadas que não foram corretamente traduzidas para o idioma italiano”, o que teria levado ao equívoco de interpretação.

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Condenação na Itália

O caso aconteceu numa boate em Milão, há sete anos. A vítima é uma jovem albanesa que, de acordo com a sentença, foi violentada enquanto estava embriagada. Seis homens estão envolvidos, entre eles Robinho. O jogador recorre em liberdade.

O caso aconteceu numa boate de Milão chamada Sio Café na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. Além de Robinho e Falco, outros quatro brasileiros teriam participado do ato classificado pela Procuradoria de Milão como violência sexual. Como esses quatro acusados deixaram a Itália no decorrer da investigação, o processo passou a tramitar num procedimento à parte, disse ao ge o advogado Jacopo Gnocchi, que representa a vítima.

Robinho e Falco foram condenados com base no artigo “609 bis” do Código Penal Italiano, que fala da participação de duas ou mais pessoas reunidas para ato de violência sexual – forçando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade “física ou psíquica”

Ao ser interrogado, em abril de 2014, Robinho negou a acusação. Ele admitiu que manteve relação sexual com a vítima – mas disse que foi uma relação consensual de sexo oral – e sem outros envolvidos. No caso de Ricardo Falco, a perícia realizada por determinação da Justiça identificou a presença do sêmen nas roupas da jovem.

Diversas gravações de ligações telefônicas entre os acusados, feitas com autorização da Justiça, foram transcritas na sentença. Para a Justiça italiana, as escutas realizadas a partir de janeiro de 2014 são “auto acusatórias”.  (Globo Esporte)