O Santos e o atacante Robinho anunciaram nesta sexta-feira a suspensão do contrato entre clube e jogador, que havia acertado seu retorno no último dia 10 de outubro. A decisão se dá depois da pressão de conselheiros, patrocinadores e a revelação, pelo ge, de trechos da sentença da Justiça italiana que condenou Robinho e um amigo em primeira instância a nove anos de prisão por violência sexual de grupo contra uma jovem de origem albanesa.
Em nota oficial, o Santos se pronunciou:
“O Santos Futebol Clube e o atleta Robinho informam que, em comum acordo, resolveram suspender a validade do contrato firmado no último dia 10 de outubro para que o jogador possa se concentrar exclusivamente na sua defesa no processo que corre na Itália.”
Nas redes sociais, Robinho gravou um vídeo e também falou sobre o acordo.
– Com muita tristeza no coração, venho falar para vocês que tomei a decisão junto do presidente de suspender meu contrato neste momento conturbado da minha vida. Meu objetivo sempre foi ajudar o Santos Futebol Clube. Se de alguma forma estou atrapalhando, é melhor que eu saia e foque nas minhas coisas pessoais. Para os torcedores do Peixão e aqueles que gostam de mim, vou provar minha inocência – afirmou Robinho.
O vínculo era válido por cinco meses e seria discutido em reunião do Conselho Deliberativo no próximo dia 21.
A semana de Robinho
Robinho assinou contrato e foi anunciado no sábado passado, com um salário simbólico de R$ 1.500,00, porém, com bônus de R$ 300 mil após dez jogos e mais R$ 300 mil depois de 15 jogos, valor que seria pago ao fim do vínculo. O Peixe poderia renovar por mais um ano e sete meses.
Condenado em 2017 a nove anos de prisão por violência sexual na Itália, Robinho começou a treinar no CT Rei Pelé e teve apoio do técnico Cuca, do elenco e do presidente Orlando Rollo, que em entrevista ao ge afirmou que o atacante estaria sofrendo um “apedrejamento moral”.
Por outro lado, patrocinadores e conselheiros começaram a pressionar o Santos a respeito de um posicionamento sobre o caso. Na quarta-feira (14), a Orthopride foi a primeira a anunciar a saída do clube “em respeito às mulheres que consomem nossos produtos”, de acordo com nota oficial.
Depois, outros patrocinadores se posicionaram e cobraram uma atitude imediata do Santos, que, então, anunciou a suspensão do vínculo.
Nesta sexta-feira, o ge publicou trechos da decisão do Tribunal de Milão, de novembro de 2017, que ainda não é definitiva e foi contestada pelas defesas do jogador do Santos e de Ricardo Falco, o outro acusado brasileiro no crime. Os advogados dos dois apresentaram recurso.
A defesa de Robinho se posicionou nesta sexta-feira em nota divulgada pela advogada Marisa Alija e pelo advogado Luciano Santoro, dizendo que “o jogador reitera que não cometeu o crime do qual é acusado e que sempre se relacionou sexualmente de maneira consentida”.
Registrado na CBF, Robinho ainda não tinha data marcada para a estreia.
(Globo Esporte)