O Santos não consultou ou alertou previamente seus patrocinadores sobre a contratação de Robinho. Anunciado no fim de semana e já regularizado para poder entrar em campo, o jogador tem condenação na Itália pelo estupro coletivo de uma jovem albanesa. A decisão é de primeira instância. Ainda cabem recursos, e o jogador recorreu.
Desde o anúncio da contratação, feita pelo clube na noite de sábado, o ge procurou todas as empresas cujas marcas estão estampadas no uniforme alvinegro. A partir de agora, elas serão associadas ao atleta. O blog perguntou aos seus representantes qual a posição das respectivas empresas sobre o vínculo com um atleta condenado.
Os patrocinadores são os seguintes:
- Tekbond (peito)
- Philco (costas)
- Kicaldo (manga)
- Casa de Apostas (ombro)
- Orthopride (número)
- Foxlux (barra traseira)
- Oceano B2B (barra frontal)
- Kodilar (meiões)
- Unicesumar (shorts)
- Umbro (fornecedora)
O caso
Robinho foi condenado pela nona seção da corte de Milão, na Itália, pelo estupro de uma mulher albanesa com outros cinco homens. A acusação trata de um caso ocorrido em uma boate em janeiro de 2013. Ele recebeu a condenação em novembro de 2017.
A juíza responsável pelo caso expôs, com base em conversas interceptadas, que ele e um amigo demonstraram “desprezo absoluto” pela vítima. Ela foi submetida a “humilhações repetidas, bem como a atos de violência sexual pesados”, segundo a juíza.
O jogador afirma ser inocente e recorreu da decisão em segunda instância. Caso tenha a sentença reiterada nesta etapa, ainda haverá a possibilidade de recurso à terceira e última instância. Como o jurista Walter Maierovitch explicou à “CBN”, a condenação não é definitiva.
O que dizem os patrocinadores
– A Umbro Brasil vem a público esclarecer que não tem envolvimento nos processos de contratações, bem como demais questões de gestão dos clubes patrocinados, sendo responsável apenas por assegurar todo fornecimento de material esportivo das equipes. É importante frisar que não está atrelado aos contratos a responsabilidade por pagar os salários de atletas ou qualquer funcionário direto dos clubes. Ressaltamos ainda que a Umbro repudia todo e qualquer ato de violência, com os quais jamais iremos compactuar – informou a filial da multinacional em nota.
– A Tekbond informa que repudia toda e qualquer situação de violência e que promove o respeito à diversidade e a inclusão em suas operações. A empresa não teve conhecimento prévio sobre a contratação ou intenção do clube em contratar jogadores e o contrato em vigor não permite nenhuma ingerência da Tekbond na gestão do clube. Manifestamos nossa preocupação sobre o fato ao clube e seguimos acompanhando os fatos – informou a marca do grupo Saint-Gobain.
– Vamos notificar o Santos nesta terça-feira para entender, de fato, quais são os planos do Clube. A Casa de Apostas não participa do dia a dia do Santos e das suas decisões. Ficamos sabendo da contratação do jogador através da imprensa e mídias sociais – informou a empresa por meio de seu diretor de marketing, Hans Schleier.
– Da nossa parte não temos nada contra. Acho que faz sentido o Santos dar ao Robinho a oportunidade de mostrar seu valor, logicamente a um salário irrisório! – respondeu o CEO da Oceano BSB, Cesar Folle.
A Orthopride informou que não se manifestará sobre o caso por enquanto. Kodilar e Unicesumar foram localizadas, mas ainda não enviaram ao blog o posicionamento. Philco, Kicaldo e Foxlux não foram encontradas até o fechamento. As empresas continuarão a ser procuradas e terão suas posições atualizadas nesta mesma reportagem.
A posição do Santos
Orlando Rollo, presidente do Santos, defendeu Robinho. Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo” no último domingo, o cartola declarou que as críticas à contratação eram “dor de cotovelo” de torcedores rivais. Sobre a condenação de Robinho, Rollo disse:
– Robinho não está condenado com trânsito em julgado. Quem somos nós para atirar pedra no Robinho? Atire a primeira pedra quem nunca pecou. E será que ele pecou? (Globo Esporte)