Tudo mudou no Botafogo para quase nada mudar. No primeiro jogo de Bruno Lazaroni como técnico após a demissão de Paulo Autuori, o clube mostrou as mesmas deficiências de antes. Os problemas na criações de jogadas se acentuaram na manhã deste domingo, principalmente por causa da escalação com três volantes de origem.
Com a formação mais reativa, o Botafogo começava as jogadas principalmente com Rafael Forster – colocado na função de primeiro volante – e deixava Caio Alexandre e Rentería um pouco mais liberados para se movimentar e criar as oportunidades de gol. A ideia deu certo nos primeiro 20 minutos da etapa inicial e o colombiano chegou a finalizar com perigo para boa defesa de Muriel.
Rentería mostrou mais mobilidade do que de costume no primeiro tempo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Mas o futebol que deixava boas impressões não durou muito mais do que isso. Com Kalou pelo lado direito e Rhuan na outra ponta, o time do Botafogo voltou a pecar nas finalizações. A dupla, inclusive, não conseguia deixar Matheus Babi em condições de finalizar e o trio de ataque pouco ameaçava o gol de Muriel. A melhor chance alvinegra veio em cruzamento do marfinense para o camisa 7, que acertou uma cabeçada no travessão.
Porém, logo depois saiu o gol do Fluminense. Parte da defesa do Botafogo marcava a cobrança de escanteio do adversário em zona e outros marcavam pessoalmente determinados jogadores. Caio Alexandre era responsável por ficar na cola de Fred, 11 centímetros mais alto. O atacante conseguiu subir, testar firme e gerar o lance que culminou com Kevin marcando o gol contra.
Matheus Babi esteve isolado no primeiro tempo e apareceu mais marcando do que atacando — Foto: André Durão/ge
O isolamento de Matheus Babi incomodou Bruno Lazaroni, que optou por colocar ainda mais força ofensiva dentro da área tricolor depois do intervalo. Pedro Raul entrou no lugar de Rentería e quase que instantaneamente o Botafogo passou a cruzar as bolas na área.
– Tirei o Rentería para ter mais peso dentro da área com o Matheus Babi e um jogador mais móvel pelo meio, com o Rhuan. A gente sofreu na bola parada e até sofremos o gol assim. Por isso preferi colocar o Babi e manter o Forster, que tem uma característica de jogar de primeiro homem, apesar de ser zagueiro. O Rentería é um jogador de mais mobilidade – explicou o treinador na entrevista coletiva.
Os chuveirinhos na área deram resultado. Se a bola não chegou a entrar no gol do Fluminense, isso não aconteceu por pouco: Pedro Raul acertou o peito de Muriel e Matheus Babi parou no travessão. O Botafogo continuou pressionando e terminou a partida com 16 finalizações contra 8 do Flu, mas as chances geraram apenas um gol. Rafael Forster cobrou falta, a bola desviou na barreira e sobrou para Caio Alexandre.
Além do erro nas finalizações, outra característica do Botafogo de Autuori repetida por Lazaroni foi a demora nas alterações, com exceção da entrada de Pedro Raul no intervalo. Por mais que o time tivesse melhorado, os cruzamentos não surtiam o efeito necessário e faltava um poder de criação maior. Mas a demora não é, necessariamente, culpa de Lazaroni. O elenco curto faz com que falte opções experientes para o treinador, tanto que foi colocar Ênio e Warley somente aos 37 do segundo tempo.
Caio Alexandre comemora o gol de empate do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Deu bom
- Entrada de Pedro Raul fez com que o Botafogo conseguisse prender mais a bola no campo de ataque;
- Mais adiantado e sem a mesma responsabilidade de marcação, Caio Alexandre jogou bem;
- Mobilidade de Rentería agradou e o colombiano mostrou intensidade no tempo que ficou em campo;
Deu ruim
- Kevin errou demais no ataque e na defesa. Lateral direita segue sendo um problema para o Botafogo;
- Kalou não jogou bem e ainda está devendo com a camisa do Botafogo;
- Forster irritou com a pouca mobilidade na transição e não deu velocidade para o time.
(Globo Esporte)