Absolutamente genial. O desempenho de Lewis Hamilton na última parte da classificação para o GP da Rússia, em Sochi, só pode ser classificado desta forma. Depois de passar do Q1 e do Q2 no sufoco, o inglês deu show no Q3. Logo na primeira tentativa, foi o primeiro piloto do fim de semana a entrar na casa de 1m31s. Na segunda, foi além: bateu o recorde da pista, com 1m31s304, 653 milésimos à frente do companheiro de Mercedes Valtteri Bottas, que vai largar na terceira posição, atrás também do holandês Max Verstappen, da RBR. A derrota do finlandês foi resumida na conversa pelo rádio com o engenheiro Ricardo Musconi. Ao ser informado do tempo de Hamilton, ele respondeu: “Não acredito”. Um enorme golpe psicológico.

A largada do GP da Rússia, em Sochi, será mais cedo que o habitual, às 8h10 (de Brasília), com transmissão ao vivo da TV Globo e do GE. A narração será de Cleber Machado, com comentários de Luciano Burti e Felipe Giaffone e reportagens de Marcelo Courrege.

Depois da classificação, Hamilton disse, na entrevista dos três primeiros, que foi o “pior qualifying do ano”. Tudo porque o inglês teve sua primeira tentativa – e que seria a única – deletada no Q1 por passar dos limites da pista na curva 18. No Q2, a história se repetiu. E para piorar, quando vinha em sua volta rápida, acabou atrapalhado pela bandeira vermelha ocasionada pelo acidente de Sebastian Vettel na curva 4. E isso pode ser decisivo para a corrida, por causa da estratégia: Hamilton teve de colocar os pneus macios. Com isso, foi forçado a abandonar a ideia de largar com os médios, coisa que Bottas e Verstappen conseguiram.

O drama de Lewis Hamilton no Q2 do GP da Rússia, em Sochi
O drama de Lewis Hamilton no Q2 do GP da Rússia, em Sochi

Para completar, Sochi talvez seja a pior pista do calendário para se largar na pole position. Tudo pela enorme distância entre a primeira posição do grid e a primeira curva efetiva do traçado, a 2. São 890 metros, o que proporciona aos pilotos que largam atrás o uso do vácuo para tentar o ataque na freada, uma das mais fortes do circuito. E isso pode ser decisivo para a estratégia, já que se Verstappen assumir a liderança, poderá complicar a estratégia da Mercedes, já que Sochi é uma pista de ultrapassagens complicadas por causa dos trechos mais travados.

Valtteri Bottas e a expressão corporal da derrota acachapante na classificação do GP da Rússia — Foto: Bryn Lennon/Getty Images

Valtteri Bottas e a expressão corporal da derrota acachapante na classificação do GP da Rússia — Foto: Bryn Lennon/Getty Images

Tudo isso torna o GP da Rússia mais animado que o normal, já que a largada e a estratégia diferente de Lewis Hamilton podem proporcionar surpresas. Lembrando que, neste domingo, se vencer a corrida, Hamilton igualará o recorde de 91 vitórias do alemão Michael Schumacher, marca que já foi considerada inalcançável na Fórmula 1. Por tudo isso, poderá ser uma prova histórica para a categoria.

Comparativo entre as voltas de Lewis Hamilton e Max Verstappen no Q3 na Rússia

Depois dos três primeiros, um enorme equilíbrio. O quarto colocado e o décimo ficaram separados por apenas 691 milésimos, o que é um indicativo de uma enorme disputa na corrida deste domingo. Sergio Pérez, da Racing Point, foi o quarto, pouco à frente de Daniel Ricciardo, da Renault. Carlos Sainz, da McLaren, foi o sexto, seguido por Esteban Ocon (Renault), Lando Norris (McLaren) e Pierre Gasly (AlphaTauri). O tailandês Alexander Albon, mais uma vez muito atrás do companheiro Verstappen, completou a lista dos dez primeiros colocados. Impossível traçar um prognóstico desta briga, mas é fato que veremos boas disputas no meio do pelotão na corrida deste domingo.

Com uma volta espetacular, Max Verstappen roubou a segunda posição de Valtteri Bottas no grid de Sochi — Foto: Kirill Kudryavtsev - Pool/Getty Images

Com uma volta espetacular, Max Verstappen roubou a segunda posição de Valtteri Bottas no grid de Sochi — Foto: Kirill Kudryavtsev – Pool/Getty Images

Decepção mais uma vez, claro, ficou com a Ferrari. Os carros da equipe italiana, apesar das novidades aerodinâmicas, não conseguiram passar ao Q3. A melhor posição de largada será a do monegasco Charles Leclerc, em 11º. Pior ainda foi o desempenho de Sebastian Vettel, que larga em 15º, mas sofreu um forte acidente na freada para a curva 4 no Q2, atrapalhando as tentativas de meio mundo. O alemão terá um duro trabalho para se recuperar neste domingo – isso se não precisar trocar partes do carro que possam lhe render punições no grid. A fase da Ferrari é terrível, muito distante de ver a luz no fim do túnel.

Sebastian Vettel bate e Charles Leclerc evita um acidente na parte final do Q2 em Sochi — Foto: Reprodução/FOM

Sebastian Vettel bate e Charles Leclerc evita um acidente na parte final do Q2 em Sochi — Foto: Reprodução/FOM

Perfil Rafael Lopes — Foto: Editoria de Arte/GloboEsporte.com

Perfil Rafael Lopes — Foto: Editoria de Arte/GloboEsporte.com  (Globo Esporte)