Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #11 do Brasileirão comparando o desempenho na temporada como mandante ou visitante e também nos últimos seis jogos independentemente o mando, considerando as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 66.966 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.755 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para entender a produtividade atual. Obrigado pela leitura. Bom jogo!
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— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Bragantino
- O Bragantino teve uma semana livre para recuperar seus atletas e joga em casa enquanto o Ceará deixou Fortaleza na segunda-feira, foi a Brusque (SC) jogar na quarta-feira pela Copa do Brasil e viajou diretamente para Bragança Paulista, passou a semana em hotéis. O desgaste é um componente importante nesta partida.
- As equipes sofrem relativamente poucas finalizações (média está por volta de 11 por jogo), mas são conclusões em que os adversários têm grandes chances de marcar. O Bragantino é o segundo time com mais finalizações neste Brasileirão (embora até aqui tenham levado pouco perigo).
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— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Internacional
- O Internacional é a equipe que mais saiu de campo sem levar gol no ano entre os times da Série A, em 18 dos 31 jogos (58%). Quando visitante, é o quinto. Lidera como mandante com 69%, e o Fortaleza é o segundo mandante mais efetivo nisso, não levou gol em nove de 15 jogos (60%).
- Por isso, o favoritismo do Internacional é pequeno. Mas o retrospecto pela Série A de 2006 em diante enche a equipe gaúcha de confiança, afinal, venceu os dois confrontos com mando do Fortaleza.
- Não é de se esperar gol de contra-ataque: as duas equipes são as que menos gols sofreram a partir desse tipo de jogada, apenas um em 30 do Fortaleza e 31 jogos do Internacional.
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— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Atlético-MG
- Considerados apenas os últimos seis jogos por qualquer competição, o Atlético-MG tem o melhor aproveitamento da Série A, com cinco vitórias e uma derrota, performance de respeito (83%). O Atlético-GO tem apenas o nono desempenho com duas vitórias, dois empates e duas derrotas (44%).
- Sem contar pênaltis e faltas diretas, dos últimos oito gols da equipe mineira, cinco nasceram em jogadas aéreas (63%). Dos últimos nove gols que a equipe goiana sofreu, seis foram aéreos (67%). Há forte potencial para o Atlético-MG marcar assim.
- Depois de uma sequência de sete gols aéreos entre nove sofridos (78%), o Atlético-MG não leva gol aéreo há sete partidas. O controle de seu espaço aéreo será testado porque dos últimos cinco gols que a equipe goiana marcou, quatro foram aéreos (80%).
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— Foto: Espião Estatísticos
Favorito >> Empate
- As equipes estão desgastadas por terem jogado como visitante pela Libertadores. O Palmeiras venceu, mas na altitude; o Grêmio perdeu. O Grêmio não vence em casa há quatro partidas; o Palmeiras não perde como visitante há sete, com quatro vitórias nos últimos cinco jogos fora.
- O Palmeiras já tinha a defesa visitante menos vazada da temporada entre os 20 times da Série A, com apenas sete gols sofridos em 14 jogos (média 0,50). Agora tem também a defesa menos vazada no agregado dos mandos: 17 gols sofridos em 28 jogos, média de 0,61 por partida.
- No Brasileirão, as finalizações do Grêmio não estão entrando no gol. A estatística de gols esperados (xG) indica que era para o Grêmio estar com 13 gols, mas só conseguiu marcar oito. Porém é a terceira equipe que mais criou finalizações de qualidade atrás de Atlético-MG e Flamengo.
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— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Vasco
- Duas das equipes que menos finalizam no Brasileirão, e o Coritiba (média 9,5) com pouco perigo, o que o tornou o time com menos gols na competição (sete). O Vasco tem média de 9,9 finalizações, mas já marcou 15 gols, o time mais eficaz, com sete gols mais do que esperado pelas estatísticas de xG.
- O Coritiba tem a oitava defesa mais vazada do Brasileirão, com 12 gols sofridos. Sofre em média 15 finalizações por jogo, a quinta mais alta, e muitas com qualidade. Estatisticamente, poderia ter levado três gols a mais. O Vasco também permite muitas finalizações por jogo (14), mas de baixo risco.
- Sempre sem contar pênaltis e faltas diretas, o Vasco fez três de seus últimos seis gols em bolas aéreas, e o Coritiba sofreu assim um de cada três gols nos últimos 12. A bola aérea é um risco para o Vasco: todos os últimos seis gols do Coritiba foram marcados assim; e o Vasco levou dessa forma quatro dos últimos seis (67%).
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— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Empate
- Um problema do Botafogo é a baixa produção ofensiva: tem média de 11,7 finalizações por partida no Brasileirão, uma posição intermediária, mas é a quarta equipe com menos gols marcados (nove). Tem um jogo a menos e está na zona do rebaixamento. O Santos finalizou em média 11,6 vezes com 14 gols.
- A estatística de xG mostra que o Santos já fez quatro gols além do esperado, com um ataque muito eficiente que equilibra seus problemas defensivos. A equipe permite muitas conclusões dos adversários e com perigo, mas o goleiro João Paulo tem sido muito efetivo em campo.
- O Botafogo jogou na quinta-feira pela Copa do Brasil enquanto o Santos atuou na terça-feira, com mais tempo de descanso. A defesa carioca é a que mais finalizações sofre (média 15,7) e com alto grau de risco: a estatística de xG indica que a equipe já poderia ter levado 14 gols, mas levou 11. Quando Gatito é o goleiro, o desempenho melhora.
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— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Sport
- As duas equipes são as com gols marcados de pênaltis na temporada: nove do Fluminense e oito do Sport. Quando estão em campo, isso pode desequilibrar a partida. A favor do Fluminense o fato de só ter tido um pênalti marcado contra si no ano enquanto o Sport já teve cinco contra.
- Sem contar pênaltis e faltas diretas, a esperança do Sport está na bola aérea. Foi assim que marcou nove dos últimos dez gols e assim nasceram os últimos três gols sofridos pelo Fluminense e cinco dos últimos sete (71%).
- O Sport ainda não levou gol aéreo no Brasileiro, e foi assim que que o Fluminense marcou seus últimos quatro gols. A equipe carioca deve encontrar dificuldades pelo alto, mas os otimistas dirão que o Sport não leva gol aéreo porque as equipes entram em sua defesa com a bola rasteira. Não é bem assim.
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados aplicada a 66.966 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.755 jogos de Brasileirões. Para esta temporada, passamos a considerar os jogos realizados desde a edição de 2013. Além de a base de dados ter sido ampliada em uma temporada, também passamos a considerar a altura dos goleiros que sofreram cada uma dessas finalizações, a diferença de valor de mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização, além do ângulo e da distância entre a bola em cada conclusão e o gol em si.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson bivariada, que calcula as probabilidades de eventos – no caso, os gols de cada equipe – acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo).
Resultado
Favoritismos acertou 41 resultados em 94 partidas analisadas, aproveitamento de 44%.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Caio Carvalho, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti (Globo Esporte)