Além de pedir a contratação de mais reforços para o time, o técnico Jorge Sampaoli tem feito cobranças duras, nos bastidores do Atlético-MG, relacionadas ao atraso no pagamento dos salários do elenco. O treinador teria ameaçado deixar o cargo, em dezembro, segundo informações divulgadas, inicialmente, pela Rádio 98FM, caso os vencimentos do grupo não sejam quitados.

ge apurou com fontes na diretoria do Galo que as pendências salariais, de cerca de dois meses, procedem. Um dos integrantes do comando do Atlético classificou as cobranças de Sampaoli como “fortíssimas”, mas negou que o técnico argentino tenha mencionado a hipótese de deixar o clube antes do término do Campeonato Brasileiro 2020.

Em entrevista à Rádio Itatiaia, Alexandre Mattos, diretor de futebol alvinegro, disse que os vencimentos estão próximos de regularização e admitiu que o pagamento de salários em dia foi uma exigência do argentino quando assinou o contrato. Procurado pela reportagem, o Galo, por meio da assessoria de comunicação, disse que não vai comentar os atrasos.

– A exigência parte, inclusive, do nosso presidente, que quer a casa em ordem. Todo profissional vai ser respeitado com seu vencimento em dia. É uma coisa corriqueira de qualquer empresa, não só de futebol ou do Clube Atlético Mineiro. (…) O Atlético vive uma situação financeira delicadíssima, e isso não é segredo para ninguém. Com a pandemia, isso ficou mais difícil ainda – disse Alexandre Mattos.

“O Sampaoli veio para cá – o que também não é segredo – com algumas situações definidas: salário em dia, possibilidade de montar elenco forte para tentar título. Isso tudo nós estamos fazendo um esforço hercúleo para alcançar isso. O Atlético tem uma proximidade de ter esses vencimentos em dia”.

A palavra do comandante atleticano tem pesado bastante na cúpula atleticana. Nesta segunda, tornou-se público o acordo para a contratação com o meia Thiago Neves, jogador pedido pelo próprio Jorge Sampaoli.

A transação com o ex-meio-campo do rival Cruzeiro, apesar de negada oficialmente pelo Atlético, foi avalizada pelo presidente Sérgio Sette Câmara. Mas depois da enorme repercussão negativa do acerto com Thiago Neves, por parte da torcida do Atlético e de setores da diretoria alvinegra, o negócio foi desfeito.

Desde que chegou ao clube, no início de março, o técnico Jorge Sampaoli tem provocado uma intensa busca do comando atleticano para atender os pedidos de reforços feitos pelo argentino. Na semana passada, com a oficialização do acerto do Galo com o goleiro Everson, o clube superou a marca de R$ 100 milhões gastos com reforços avalizados pelo treinador argentino.

Na maioria das negociações, o Atlético teve o aporte financeiro de Rubens Menin, conselheiro/patrocinador/apoiador do clube. Sem ele, o clube não teria de onde tirar dinheiro para atender aos anseios de Sampaoli. Menin garante que os empréstimos são feitos sem garantia e sem cobrança de juros ou correção monetária. (Globo Esporte)