A doença transmitida pela picada do “mosquito-palha”, afeta homens e animais. Os cães são tidos como maiores culpados pela proliferação da doença, quando na verdade servem apenas como ‘reservatório do protozoário’.

Atualmente o mercado conta com vacina preventiva e tratamento eficiente, ainda assim a prevenção é essencial, visto que a doença não tem cura, o tratamento consegue diminuir a quantidade de parasitas no animal proporcionando a ele qualidade de vida.

A Rottweiler Lola, de aproximadamente 4 anos é um caso de sucesso no tratamento da doença. A cachorra que escolheu a professora Beatriz Tramarin, como sua tutora quando parou no portão da casa dela, como que pedindo ajuda, foi diagnosticada com Leishmaniose e rapidamente a equipe de veterinários, da Clínica Bellus, iniciou o tratamento da cadela.

“Lola estava muito fraquinha, tinha feridas na pele, os olhos remelentos e como ela que “me encontrou”, não sabemos ao certo a idade dela nem a quanto tempo estava doente. Lola apareceu na minha porta praticamente morta”, conta emocionada a professora que resgatou e cuidou da Rottweiler.

Até 2017, essa era considerada uma doença fatal, já que não havia medicamento autorizado no Brasil para tratamento canino e os pets diagnosticados com essa doença eram sacrificados. Já para humanos, existe tratamento eficaz há décadas.

A veterinária Lídia Torquato Ferreira, integra a equipe que tratou a Lola e explicou que o emagrecimento e a queda de pelo são alguns dos sintomas, porém em 50% dos casos a doença não se manifesta e, portanto, é importante que os tutores atuem de forma preventiva, pedindo exame o veterinário de confiança e ministrando a vacina, que tem eficácia comprovada e usando a coleira ou pipeta repelente contra o mosquito que transmite a doença.

“Em virtude das grandes áreas de mata, de terrenos abandonados que viram depósitos de lixo, Cuiabá é uma cidade propicia para a reprodução do mosquito-palha e ao contrário do que acontece com o mosquito da dengue, o mosquito-palha, não necessita de água parada, o que dificulta o controle da sua reprodução. Para evitar que os pets adoeçam a prevenção se faz necessária”, explicou a veterinária.

Há 30 anos, a Leishmaniose era considerada uma parasitose em extinção. Mas, de lá para cá, a doença voltou e se espalhou pelo país inteiro. De acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso, em 2019, foram confirmados 1623 casos de Leishmaniose Visceral Canina. “O número nos preocupa pois acreditamos que muitos tutores preferem não buscar ajuda porque desconhecem que ao contrário do que acontecia anos atrás quando os animaizinhos tinham que ser sacrificados, hoje existe tratamento. Era muito triste e por isso a Leish deixou muitos donos de pets traumatizados”, relembra Dra. Lídia.

Prevenção

Para evitar que o seu cãozinho seja picado pelo mosquito e contaminado a prevenção se faz necessária. O mercado oferece atualmente uma coleira repelente, que oferece proteção por 4 meses e custa em torno de R$100; uma pipeta repelente, com validade de 30 dias e que custa em torno de R$30 e ainda a vacina que é comercializada por aproximadamente R$170.

“Nós recomendamos que a prevenção seja realizada em diversas frentes, ou seja, o tutor deve fazer a vacina, usar os repelentes como coleira ou pipeta e tomar cuidado com ambiente em que o animal vive”, detalha a veterinária que ressalta ainda a importância do teste para que saber se o cão possui ou não a doença.

“Precisamos ressaltar que o animal não passa a doença para os humanos, mas, um cachorro contaminado que não faz uso de repelente, pode ser picado por um mosquito e esse sim, pode transmitir a doença. Por isso o tratamento e controle da Leish é tão importante.