A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito da “Operação Primeiro Tempo”, que investigava possíveis irregularidades na gestão de Wagner Pires de Sá na presidência do Cruzeiro. Os documentos finais da apuração já estão nas mãos da Promotoria de Justiça de Combate ao Crime Organizado, do MPMG.

O ex-presidente Wagner Pires de Sá, o ex-vice de futebol Itair Machado, e Sérgio Nonato, que era diretor-geral do clube, foram indiciados, conforme informação do deputado estadual Léo Portela, também dirigente celeste. Além deles, o ge apurou que houve ainda o indiciamento de quatro empresários do futebol – Carlinhos Sabiá, João Ramalho (João da Umbro), Wagner Cruz e Cristiano Richard.

O Ministério Público poderá praticar denúncia por falsificação de documentos/falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro, mas não necessariamente os sete nomes indiciados pela Polícia Civil serão denunciados pelos quatro crimes citados. Cada caso, é um caso.

Sérgio Nonato, Cruzeiro  — Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Sérgio Nonato, Cruzeiro — Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

A informação sobre a conclusão das investigações foi divulgada pelo jornalista Ezequiel Fagundes e confirmada pelo ge. À reportagem, Léo Portela, responsável pela Superintendência de Relações Institucionais e Governamentais no clube, comemorou os resultados. Ele tem sido, desde o início de junho, o principal responsável por acompanhar as investigações e fazer a interlocução do Cruzeiro com as autoridades.

– A investigação foi conduzida de maneira brilhante pela Polícia Civil, pelo Departamento Estadual em Investigação de Fraudes. O relatório foi concluído e encaminhado para o Ministério Público Estadual. Isso é uma vitória do Cruzeiro, da nossa diretoria, que sempre abriu as portas do clube para que o trabalho investigativo da Polícia fosse feito da maneira mais célere possível – afirmou Portela.

O superintendente do Cruzeiro ainda indicou que as investigações celestes não irão parar por aí. El cita um “Segundo Tempo” ao revelar que o trabalho da Polícia Civil no clube, para se debruçar sobre gestão irregular e temerária de 2018 a 2019, ainda não acabou com a “Primeiro Tempo”.

“Encaro a finalização dele como uma vitória, realmente, com a conclusão do Primeiro Tempo (nome da operação). Mas pode aguardar que virá o Segundo Tempo”.

Citados no relatório da PC, os agentes João Ramalho e Wagner Cruz estão ligados à renovação de contrato do goleiro Fábio, na qual o segundo, sem ser agente do arqueiro, recebeu comissão. Já Carlinhos Sabiá virou comissionário na venda do lateral Mayke ao Palmeiras, ainda que não haja relação entre o ex-jogador e o atleta revelado pela Raposa.

Já Cristiano Richard foi o empresário que firmou contrato de empréstimo com o Cruzeiro – de R$ 2 milhões – no qual a garantia de pagamento foi a cessão de parte de direitos econômicos de jogadores, incluindo um menor de idade. (Globo Esporte)