O técnico Tiago Nunes elogiou a atuação do Corinthians na vitória por 1 a 0 sobre o Mirassol, neste domingo, em Itaquera, e festejou a vaga na final do Campeonato Paulista. Após 18 jogos no comando do Timão, o treinador chega à primeira decisão pelo clube.
– Mesmo já tendo outras conquistas anteriores, como a Copa do Brasil, alguns estaduais, participar de uma final com o Corinthians é diferente, especial. Vamos tentar desfrutar desse momento único com os jogadores – disse Tiago Nunes.
O comandante alvinegro reconheceu que o Corinthians teve dificuldades de furar a forte marcação do Mirassol, mas tratou isso com naturalidade e preferiu enaltecer os méritos da equipe.
– O Corinthians e outra centena de times têm dificuldade (de enfrentar times fechados). Os espaços são muito reduzidos, tem que circular a bola, é um trabalho complicado para os meias, jogando nas costas dos volantes e entre os zagueiros.

– Precisa ser muito rápido e procurar espaços pelo lado do campo. Foi assim hoje, pelas laterais, cruzamentos, jogadas para trás, chutes de intermediária. É uma dificuldade não só do Corinthians. Em dez jogos, Corinthians nunca venceu Mirassol por mais de um gols. Valorizamos nosso resultado por um rival que lutou muito e a gente buscando vitória até o final – opinou Tiago Nunes.
Como as perguntas são feitas pela TV oficial do Corinthians e não pelos jornalistas, Tiago Nunes não foi questionado sobre a expulsão de Juninho e a ausência de Cantillo na partida deste domingo. Embora esteja recuperado de Covid-19 e tenha treinado com bola nos últimos dias, o volante colombiano não ficou nem sequer no banco de reservas.
Em busca do tetracampeonato estadual, o Corinthians enfrentará na final o vencedor do duelo entre Palmeiras e Ponte Preta.
Confira outros trechos da entrevista de Tiago Nunes:
Análise da partida
– Foi um jogo equilibrado, tendo em vista que enfrentamos um adversário que se organizou muito bem defensivamente, uma equipe que já tinha dado mostras que tem qualidade tática e jogadores com bom potencial técnico para disputar uma semifinal. Não foi à toa que chegaram a esse momento.
– Mas, no mais, conseguimos dominar a maior parte do tempo, ficamos mais tempo com a bola, tivemos mais finalizações, criamos em torno de seis a sete chances de gol, e aí, por mérito desse envolvimento coletivo, de cansar o adversário, conseguimos achar o nosso gol num chute de fora da área que nos credenciou a chegar nessa final.
Vaga na final
– Sentimento de fé, de crença, de muito trabalho, de muita confiança no que a gente vinha desenvolvendo. Repeti inúmeras vezes, mesmo que tenha passado despercebido essas inúmeras vezes, que uma equipe se constrói com tempo, com repetição, com muitos jogos, enfrentando diferentes contextos competitivos, e as coisas foram se encaixando agora após essa parada. A gente conseguiu organizar muitas coisas com os atletas, tivemos a competência dos jogadores dentro de campo para colocar em prática o que a gente vinha planejando, casado com os resultados, atuações consistentes.
Dificuldades na criação
– É um jogo em que não tem muito espaço para os meias trabalharem entrelinhas. É preciso circular a bola, encontrar os espaços pelos lados. Mas, mesmo assim, o espaço foi prejudicado pela marcação muito atrás do Mirassol. Surgem os movimentos de lado que geram as situações de gols.
– Ele tem o atributo do chute da intermediária. Tem esse know-how. Estamos fazendo com que ele cresça. Só marca quem arrisca. E ele está vivendo essa bênção de Deus desse momento maravilhoso. (Globo Esporte)