Diminuição do fluxo de clientes e das vendas levou ao fechamento definitivo neste ano de 50 lojas instaladas em shoppings de Cuiabá e Várzea Grande. O total de negócios encerrados nesses centros comerciais durante o 1º trimestre de 2021 representa 62,5% de todo o quantitativo de lojas extintas nos 12 meses de 2020, quando somaram 80, conforme levantamento da União dos Lojistas de Shoppings (Unishop).
Restrições de funcionamento nos períodos mais agudos da pandemia, quando apenas serviços essenciais são autorizados a manter o atendimento, agravam os efeitos da crise econômica sobre o comércio, afirmam representantes do setor.
“A crise é maior para os shoppings. Com os últimos decretos, os shoppings de Cuiabá ficaram mais de 15 dias sem trabalhar. Só abriram lojas de serviços essenciais”, diz o vice-presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio), Manoel Procópio. Segundo ele, lojistas também enfrentam dificuldades para negociar com os administradores dos shoppings a revisão do valor do aluguel, corrigido pelo IGP-M, que acumula alta de 31,12% nos últimos 12 meses. “Se romper contrato, o lojista tem que arcar com multa. Deveria haver uma flexibilização nas negociações”, defende.
Presidente da Unishop, Geraldo Prado considera que repetidas mudanças de horários das atividades em meio à pandemia prejudicam o comércio. “Cada hora é uma coisa e o cliente fica meio desorientado, por mais que a gente tenta informar”.
Em março, o movimento de consumidores nos shoppings da Capital e região metropolitana recuou, após uma melhora do fluxo de clientes no 1º bimestre, registra Prado. É esperado que esse movimento menor de visitantes nesses centros comerciais culmine em novos fechamentos de lojas, afirma o presidente da Unishop. “Em janeiro fecharam muitas e provavelmente agora, com essa nova situação, vamos ter outras fechando”. Segundo ele, o encerramento das atividades pelos lojistas é predominante em relação à migração dos negócios desses espaços para o comércio de rua.
A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) informa que os shoppings atuam em cumprimento a decretos municipais e estaduais, respeitando os períodos de funcionamento. Acrescenta que nos últimos 12 meses foram disponibilizados R$ 5 bilhões pelas administradoras de shoppings em adiamento e suspensão de despesas aos lojistas, considerando aluguéis, condomínios e fundos de promoção.