Por quatro anos, as lágrimas viraram um combustível. Por quatro anos, a dor da eliminação da Copa de 66 latejava em Jair Ventura Filho. E foi como se o pesadelo da eliminação precoce na Inglaterra tivesse dado poderes em especiais para o Jairzinho.
“Eu falei para mim mesmo: ‘Em 66 chorei muito, vou fazer de tudo para não chorar”.
E fez. Quatro anos depois, ele não chegou na Copa de 70 como um Furacão.Conquistou esse rótulo. Anotou gols em todos os jogos da conquista do tri. Ao lado de Pelé, Tostão, Gerson, Rivelino e companhia, formaram uma constelação de talentos e camisas 10 sob o comando de Zagallo.
Mas naquele esquadrão, a 10 original era do Rei. Pelé era consagrado, esperado e temido pelas equipes. Já havia ganho duas vezes a Copa do Mundo e dava a entender que aquela poderia ser a sua última. Deixou sua marca nos gramados do México, mas ao preocupar muito os rivais, deixava também uma brecha.
– Foi o grande erro dos adversários. Eles se preocupavam com o Pelé, enquanto eu fui fazendo a diferença. Não me considero o mais decisivo, mas era o mais disciplinado taticamente – lembra Jairzinho. (Globo Esporte)