Desde que passou a valer a cobrança pelo estacionamento rotativo nas ruas do centro de Cuiabá, comerciantes já relatam queda na movimentação de clientes. Ainda envolta em polêmicas, a medida foi regulamentada pela Prefeitura de Cuiabá e entrou em vigor, no último dia 20, após período educativo de mais de 40 dias. A empresa responsável pela cobrança das vagas, a CS Mobi Cuiabá, foi notificada pelo Procon estadual a se responsabilizar por possíveis danos aos veículos, visto que o decreto que cria o sistema não dá essa responsabilidade a concessionária.

Na rua Barão de Melgaço, uma das principais da região central, a proprietária de uma lanchonete, Adrielle Nobre, de 25 anos, declarou que já sentiu a queda na movimentação de clientes em apenas uma semana de validade da cobrança pelas vagas nas ruas.

“Não tem carro estacionando aqui. Antes era cheio essa rua, acabou, não tem mais ninguém. As pessoas dizem que preferem pagar para estacionar no lugar privado, não na rua”, disse.

Em outro comércio, na travessa João Dias, próximo à Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, a comerciante de uma loja de roupas, Amanda Auriléia, de 29 anos, também já sentiu as vendas caírem em apenas uma semana de funcionamento do rotativo.

“As pessoas não querem mais estacionar aqui. Antes, deixavam [carro ou moto] aqui na rua, na frente da loja, e sempre entravam e compravam algo. Agora, estão indo estacionar longe, não vem mais aqui”, disse.

A queda também já tem sido sentida nas óticas. Uma localizada na rua Cândido Mariano, popularmente conhecida como “Rua das Óticas”, Naira Paula, de 38 anos, disse que as vendas caíram. “O centro esvaziou, não tem mais ninguém”.

Ela também contou à reportagem que está precisando estacionar seu veículo longe de onde trabalha e relatou insegurança com a integridade do veículo, visto que a empresa responsável pela cobrança não zela pelos carros ou motos estacionados.

Além disso, a população está confusa sobre como deve efetuar os pagamentos, conforme reportou o HNT durante a semana, ao percorrer a região central e conversar com a população.

(HNT)